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Pernambuco - Conversando com o piston



Ayres da Costa Pessoa, o Pernambuco, era irmão do pianista Fats Elpídio. Jazzista de primeira, possuía incontáveis dotes musicais. Tocava piano, órgão e até mesmo essas flautinhas de brinquedo que se encontram nas lojas de R$ 1,99 mas o trompete era o seu predileto. Neste disco, o primeiro à frente de uma grande orquestra e com o repertório que a Polydor escolheu, poucos se arriscariam ousar algo diferente. Pudera, composto por "standards" americanos, mambos e baiões muito em voga na época, quase nada havia mesmo a ser feito.

Todavia, Pernambuco sempre achava uma brecha para expor seu virtuosismo. Numa música como Asa Branca, por exemplo, suas improvisações são puxadas para o jazz, dando uma "entortada" na melodia causando efeito imprevisto. Aliás, as improvisações salvam o disco - os arranjos para orquestra são nada além que convencionais e o coro de vozes desconhecidas, involuntariamente, "tenta" estragar tudo - mas as faixas instrumentais são ótimas. "Conversando com o piston" vale pelo disco inteiro com Pernambuco fazendo uma homenagem a Louis Armstrong e Elza Soares. Confiram!

Polydor LPNG 4046 (1959)

Lado A:
1 - Conversando com o piston (Pernambuco)
2 - All the way (Cahn - Van Heusen)
3 - Babalú (Lecuona)
4 - Asa Branca (L Gonzaga - H Teixeira)
5 - As time goes by (Hupfeld)
6 - Sarambá (J Thomaz - Duque)

Lado B:
1 - Dorme (Pernambuco - Ricardo Galeno)
2 - An affair to remember (Adamson - Warren)
3 - Casinha pequenina (estranhamente creditada a Pernambuco, trata-se de autor ainda desconhecido)
4 - Sun Sun Babaê (Rogelio Martinez)
5 - Ai Mouraria (Frederico - Amadeu do Vale)
6 - Vem morena (L Gonzaga - Zé Dantas)


 http://www.mediafire.com/?b323d9lldwcmyi4




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