Todamérica LPP-TA-11, 1957
Este LP é um dos mais importantes já lançados no Brasil. Na mesma linha do Native Brazilian Music (Leopold Stokowsky) e Songs and Dances of Brazil, ambos postados anteriormente. O maestro Abigail Cecilio de Moura nasceu em MG e esteve a frente da Orquestra Afro-Brasileira por quase trinta anos, considerando que a orquestra foi fundada em 1942 e ele faleceu em 1970. É um disco raríssimo que vale qualquer esforço adquirir pois se trata de rico material para músicos e pesquisadores. Achei o texto abaixo na internet e transcrevo aqui citando a fonte: http://pt.shvoong.com/humanities/arts/1943352-abigail-moura-orquestra-afro-brasileira/
Sua autoria está atribuida a Grégoire de Villanova e a leitura me faz depreender que tenha sido lançado um exemplar em cd recentemente, juntamente com um livro explicativo, contendo quatro músicas adicionais cuja procedência desconheço, este é o LP original de 1957. Portanto, se este post desagradar a alguém, por favor me faça saber, retirarei imediatamente.
"De que elementos é formada a memória brasileira? Quais componentes estão presentes na vida dessa “jovem” nação de quinhentos anos, que ainda hoje luta para forjar uma personalidade própria?
Durante quase trinta anos o maestro Abigail Moura esteve à frente da Orquestra Afro-brasileira, doando-lhe seu esforço como se fora devoção religiosa. Antes de cada apresentação, agia como um sacerdote rendendo graças, elevando o palco a espaço sagrado. Sem dúvida essa Orquestra é parte importante no resgate da memória nacional.
A Orquestra nasceu em 1942 como um grupo voltado à divulgação da arte e cultura musical negra brasileira. Apoiava-se nos instrumentos de percussão, base da sonoridade “bárbara”, presente a harmonia nos instrumentos ditos “civilizados”: piano, sax, trombone.
Em suas pesquisas, o maestro Abigail incorporou percussivos originais como agogô, adejá, o urucungo, afoxé, atabaques e a angona-puíta... espécie de ancestral em tamanho grande da cuíca brasileira. A escola contemporânea, apoiando-se nos instrumentos harmônicos, seria a constatação da evolução musical dos afro-brasileiros. Aqui precisamos lembrar que a Abolição da escravatura deu-se entre nós apenas em 1888.
A história da Orquestra é marcada tanto pela presença do divino, como por fatos estranhos. Por exemplo, Maria do Carmo – sua cantora oficial, certo dia, ao fim de uma apresentação, teria enlouquecido, jamais voltando a cantar. Figura imprescindível, cujo nome se confunde ao da própria Orquestra, o maestro Abigail Cecílio de Moura, era mineiro e faleceu em 1970. Até o fim de seus dias levou uma vida honrada e pobre, acalentando o sonho de ver sua orquestra retornar ao brilho dos grandes dias. Era copista da Rádio MEC, função que exerceu até sua morte.
A Orquestra despertava interesse por ser considerada “exótica” e muitos iam aos concertos por curiosidade. Sua diversidade musical ia do maracatu ao frevo, jongo, temas do folclore, cânticos de umbanda e candomblé, privilegiando as heranças nagô e bantu, católica portuguesa e a presença indígena.
O livro, acompanhado de um CD com o registro sonoro do primeiro LP gravado pela Orquestra em 1957 (Obaluaye), traz mais algumas canções, totalizando treze músicas."
Aproveitem!
1. Apresentação de Paulo Roberto, e
2. Chegou o Rei Congo
(Abigail Moura)
Batuque
3. Calunga
(Abigail Moura)
Batuque
4. Amor de Escravo
(Abigail Moura)
Jongo
5. Saudação ao Rei Nagô
(Abigail Moura)
Batuque
6. Festa de Congo
(Abigail Moura)
Maracatu
7. Babalaô
(Abigail Moura)
Cântico noturno
8. Liberdade
(Abigail Moura)
Batuque
9. Obaluayê
(Abigail Moura)
Lamento
http://www.mediafire.com/download/ah8kl2838axr4x6/A_Orquestra_Afro_Brasileira.zip
Para ouvir agora:
Comentários
O seu blog é um dos meus favoritos e sempre será. Muito bom o seu trabalho e dedicação. Grande abraço!
abraço.
Lipa